Dice en feis Regina Dalcastagnè
Acabo de resgatar mais um livro da minha montanha de não-lidos: o Amora, de Natalia Borges Polesso. Ela ganhou o prêmio Jabuti de contos no ano passado com esse volume e foi apresentada pelo Globo como "a desconhecida que superou Verissimo e Rubem Fonseca". Suas narrativas são sobre mulheres, jovens e lésbicas. Dito assim, parece que estou condenando o livro a alguma gaveta escura e rotulada, ou à estante LGBT de certas livrarias muito zelosas em separar as coisas, mas o que temos aí é excelente literatura. Suas personagens, repletas de vida, parecem existir sem terem sido feitas para olhares masculinos, nem para olhar guloso algum. São completas em si, com suas inseguranças e suas vontades, com o desespero de quem tem a vida inteira pela frente. Com uma escrita fluída e elegante, é possível perceber em Polesso a influência de uma das maiores autoras de nossos tempos: Lygia Fagundes Telles.
Verissimo e Fonseca não tinham a menor chance.
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