domingo, 12 de febrero de 2017

La fertilidad del barro

Dice en feis Regina Dalcastagnè
50 min
Leyla Perrone Moisés deu uma entrevista hoje à Folha de S. Paulo desqualificando qualquer abordagem da literatura que leve em conta seu contexto histórico e social. Toda análise literária deve partir do texto, diz ela, como se fosse alguma novidade. Se o crítico literário levanta os olhos do livro ele já derrapou para os malfadados “estudos culturais”, alguma coisa que reúne pessoas que não entendem de História nem de Sociologia, muito menos de Literatura. Junto a isso, ela afirma que a grande obra literária “revela muito melhor a realidade social do que as análises propriamente históricas ou sociológicas”. Por fim, surge o eterno lamento sobre como a literatura, tal como ela a entende, está perdendo espaço nas escolas e universidades.
É só uma entrevista ruim, mas conheço o discurso. Há a grande literatura, com seus grandes autores, que são capazes de dizer tudo sobre o mundo, e há alguns raros críticos capazes de reconhecer tudo isso exclusivamente a partir da sua leitura e da própria erudição. É uma visão conservadora e elitista, que combina bem com os tempos atuais. O que ela defende é que a literatura é terreno para poucos e exclusivos (obviamente, homens, brancos e das classes dominantes, basta ver os nomes citados na entrevista). Tudo o que sai desse espectro contamina a boa literatura, e todos que pretendem colocar o problema em discussão são incapazes que não têm condições de preservar a pureza do espaço sagrado.
Eu ainda prefiro a fertilidade da lama!

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